A Queda ( II )

    Enquando dormia, sonhava. E estava no céu, junto aos astros, meus irmãos. Havia ainda a escuridão, mas já desde o Sol, nos chegava um pouco de luz. Tudo que existia, apenas pairava, suspenso, incompleto, um pouco ainda vagamente vazio.
    Foi quando algo dentro de mim despertou. E era impossível não sentir o cheiro ocre de sua respiração. E vieram até nós as estrelas. E quiseram me violar, tirar mim aquilo que agora era. Lutei contra minhas próprias irmãs. Durante a discussão, tropecei e caí do céu.
     Quando despertei, estava em um campo de flores, lírios, todo vermelho, amarelo e laranja; e com o Sol quente do meio dia, em uma profusão de ondas de calor que me deixavam entorpecido. Depois que consegui me equilibrar sobre meus pés, senti que estava vagamente obrigado a viver.

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